A Gargalhada do Além-Túmulo
No futuro, em um cemitério onde a ironia reina sobre a solenidade, ergue-se um túmulo peculiar. A lápide, de granito negro polido, reflete a luz do sol com um brilho quase sarcástico. Nela, a seguinte inscrição:
"Aqui jaz um grande político. Um mestre na arte da oratória, um virtuose da promessa não cumprida. Suas proezas foram vastas: estradas que nunca saíram do papel, hospitais que viraram ruínas, escolas que formaram analfabetos funcionais. Sua maior habilidade, porém, residia na maestria com que desviava os fundos públicos, transformando o erário em sua conta bancária pessoal. A justiça? Uma mera espectadora, incapaz de alcançar sua astúcia. Que descanse em paz, em meio à fortuna que acumulou."
Ao lado do túmulo, um pequeno pedestal exibe uma placa com um QR code. Ao escaneá-lo, um holograma do falecido político surge, sorrindo cinicamente. Ele ergue uma taça de champanhe e brinda:
"Meus caros eleitores, não chorem por mim. Celebrem minha genialidade! Afinal, quem disse que a política não era um negócio lucrativo? Agora, se me dão licença, tenho uma ilha paradisíaca me esperando."
O holograma se dissipa, deixando para trás apenas o eco de uma gargalhada maquiavélica. O vento sopra suavemente, carregando o aroma de flores frescas e o cheiro sutil de dinheiro.
Imagem https://pixabay.com/pt/illustrations/ai-gerado-dinheiro-ambicioso-vezes-9240848/
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