Do "Ó Abre Alas" ao "Allah-lá-ô": A História das Marchinhas de Carnaval

   Do "Ó Abre Alas" ao "Allah-lá-ô": A História das Marchinhas de Carnaval



As marchinhas de carnaval, um gênero musical icônico da cultura brasileira, têm suas raízes no Rio de Janeiro, florescendo principalmente entre as décadas de 1920 e 1960. A primeira canção desse estilo, o clássico "Ó Abre Alas", foi composta em 1899 por Chiquinha Gonzaga, com o objetivo de animar o cordão carnavalesco Rosas de Ouro.


Origens e Influências:


As marchinhas brasileiras descendem diretamente das marchas populares de Portugal, compartilhando características como a cadência militar e o compasso binário.

Antes de 1920, as marchas portuguesas eram extremamente populares no Brasil, com destaque para "A Baratinha" (1917) e "Vassourinha" (1912).

No Brasil, as marchinhas ganharam um ritmo mais acelerado, melodias mais simples e letras com um toque de malícia.

O Rio de Janeiro se tornou o epicentro das marchinhas, abrigando compositores e cantores renomados como Sinhô, Eduardo Souto e Freire Júnior.

As marchinhas dominaram o carnaval carioca até a década de 1950, quando foram gradualmente substituídas pelos sambas-enredo, com o surgimento das escolas de samba.


Características Marcantes:


As marchinhas se destacam por suas características distintas, que permitem fácil identificação do gênero:

Humor e ironia

Ambiguidade

Compassos binários

Melodias simples e fáceis de memorizar

Letras curtas e simples

Crítica social e política


As letras das marchinhas frequentemente retratam situações do cotidiano, abordando temas como política, amor, profissões, preconceitos e homenagens.


O Segredo do Sucesso Duradouro:


Apesar do surgimento de novos ritmos, as marchinhas continuam populares, mantendo um tom nostálgico que remete às origens do carnaval.

Durante o declínio dos cordões e blocos de rua, as marchinhas se consolidaram como o gênero musical típico dos bailes de carnaval, garantindo sua relevância ao longo do tempo.

A facilidade de se cantar e de se lembrar das musicas, faz com que elas sejam passadas de geração em geração.

As marchinhas de carnaval, com sua alegria contagiante e letras memoráveis, continuam a ser um elemento essencial da celebração do carnaval no Brasil, preservando a tradição e a história dessa festa popular.






As marchinhas de carnaval, com suas melodias contagiantes e letras irreverentes, são a trilha sonora oficial da folia brasileira. Nascidas no Rio de Janeiro no final do século XIX, elas se tornaram um símbolo do carnaval, celebrando a alegria, a irreverência e a crítica social.


De "Ó Abre Alas" ao "Allah-lá-ô": Uma História de Alegria e Irreverência


A primeira marchinha, "Ó Abre Alas" (1899), de Chiquinha Gonzaga, já anunciava o tom festivo e descontraído que marcaria o gênero. Ao longo do tempo, as marchinhas evoluíram, incorporando elementos de outros ritmos e abordando temas diversos, desde o amor e a paquera até a política e o cotidiano.


Clássicos que ecoam na folia:


"Mamãe eu quero" (1930): Com sua melodia infantil e letra divertida, essa marchinha se tornou um clássico atemporal, presente em todos os carnavais.

"Aurora" (1941): A canção que brinca com a ideia de uma vida luxuosa, é um clássico que atravessa gerações.

"Allah-lá-ô" (1934): Com sua melodia contagiante e referência ao calor do carnaval, essa marchinha é um hino à alegria e à folia.

"Me dá um dinheiro aí" (1959): Irreverente e bem humorada, essa marchinha captura o espírito do carnaval, com sua letra que apela por dinheiro para aproveitar a festa.

"Jardineira" (1939): Uma canção que emociona com sua letra que fala de perda e superação, mostrando a versatilidade das marchinhas.

"Cachaça" (1938): Com seu ritmo contagiante e letra que celebra a bebida, essa marchinha é um convite à diversão e à descontração.

"As águas vão rolar" (1950): Uma celebração da bebida, e da alegria, com uma letra bem divertida.

"Chiquita Bacana" (1949): Uma homenagem a uma figura carnavalesca icônica, com sua letra que exalta a liberdade e a irreverência.

"Máscara Negra" (1967): Romântica e misteriosa, essa marchinha convida à paixão e ao mistério do carnaval.

"Taí" (1930): Uma canção que fala de amor não correspondido, com uma letra melancólica e uma melodia envolvente.

"Bandeira Branca" (1970): Um pedido de paz e reconciliação, com uma letra que evoca a saudade e a dor do amor.

"A turma do funil" (1958): Uma celebração da bebedeira e da diversão, com uma letra que convida à folia e à descontração.

"Eu mato, eu mato" (1962): Uma letra bem humorada sobre o roubo de uma cueca, mostrando o lado cômico das marchinhas.

"Doutor eu não me engano" (1967): Uma marchinha que demonstra a paixão clubística do brasileiro, com uma letra que brinca com a rivalidade no futebol.

"Quem parte leva saudades" (1938): Uma canção de despedida, com uma letra que expressa a tristeza da separação e a esperança de um reencontro.


Marchinhas: A Trilha Sonora da Folia


As marchinhas de carnaval são mais do que simples canções; são um patrimônio cultural do Brasil, que celebram a alegria, a irreverência e a identidade do povo brasileiro. Elas são a trilha sonora da folia, convidando a todos a se entregarem à magia do carnaval.



Vitor Santos é escritor, jornalista, cronista ....


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