Talibã proibirá o uso de livros escritos por mulheres em universidades do Afeganistão
A partir de agora, o Talibã proibirá o uso de livros escritos por mulheres em universidades do Afeganistão. A nova medida foi divulgada após uma reunião entre o vice-ministro de Assuntos Educacionais do Talibã, Neda Mohammad Nadeem, e reitores de universidades privadas. Nadeem afirmou que os livros de autoras mulheres não têm valor, pois são "incoerentes" com a religião e com os valores nacionais e históricos do Afeganistão.
O Talibã já havia proibido meninas de frequentarem escolas secundárias e universidades em 2022. Em agosto deste ano, também foi anunciado o fechamento de salões de beleza no país, o que deixou milhares de mulheres desempregadas. Essas medidas se juntam a uma série de outras restrições que o grupo tem imposto às mulheres desde que tomou o poder em 2021, como a exigência de que elas usem a burca e a proibição de que viajem sozinhas.
A decisão de proibir os livros de autoras mulheres tem sido amplamente criticada pela comunidade internacional. A Organização das Nações Unidas (ONU) e a UNESCO condenaram a medida, afirmando que ela representa um retrocesso nos direitos das mulheres e uma violação do direito à educação. Além disso, a medida também afeta a produção acadêmica do país, já que muitos livros de autoras mulheres são importantes para diversas áreas do conhecimento.
Apesar das críticas, o Talibã defende que as medidas são necessárias para proteger a cultura e a religião do Afeganistão. O grupo alega que as mulheres têm direitos, mas que eles devem ser respeitados de acordo com a interpretação da lei islâmica. No entanto, a realidade é que as mulheres estão perdendo cada vez mais espaço na sociedade afegã, e a proibição dos livros é apenas mais um passo para silenciá-las e apagá-las da história do país.
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